O impacto de uma campanha polarizada, agressiva e radical

Jaqueline Silveira

O impacto de uma campanha polarizada, agressiva e radical

A polarização no país nesta eleição com tamanha radicalidade tem feito mal ao Brasil e ao Estado. E se reflete numa campanha agressiva, talvez, nunca vista no Brasil em que o discurso de ódio e a intolerância prevalecem. A propaganda dos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) é um exemplo disso: predominam acusações e batalhas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com direito de resposta. Também se manifesta nas denúncias de assédio eleitoral e ataques a pessoas e autoridades.

Denúncias de assédio eleitoral

O Ministério Público do Trabalho (MTP) recebeu, até a última sexta-feira, 1.112 denúncias de assédio eleitoral em todo o Brasil. O número é bem maior em relação às eleições de 2018, quando foram registradas 212. Na estatística de 2022, há uma denúncia envolvendo uma empresa de máquinas agrícolas do Rio Grande do Sul. O MPT-RS conseguiu liminar proibindo a empresa de exigir ou obrigar os trabalhadores a participar de manifestação política a favor ou contra candidatos, além de reforçar em comunicado por escrito sobre o direito livre do voto dos funcionários. O Ministério Público do Trabalho está, inclusive, com uma campanha no ar nos veículos de comunicação, alertando sobre o assédio eleitoral e a importância de denunciá-lo ao MPT.

Ataques a Cármen Lúcia e tiros em agentes

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia sofreu ataques feitos pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que está em prisão domiciliar. Em vídeo postado na sexta-feira, nas redes sociais de sua filha, Cristiane Brasil, Jefferson, que é apoiador do Bolsonaro, ficou irritado com o voto da magistrada, que também é ministra do TSE, a favor do direito de resposta ao candidato Lula na Jovem Pan. Ele a comparou com “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas”.

Tanto o presidente do TSE, Alexandre Moraes, quanto a do STF, Rosa Weber, divulgaram nota condenando os ataques à ministra, classificando os como “abjetos” e “machistas”. Embora a decisão de Cármen Lúcia possa não agradar e ser questionada, é abominável a agressão feita à ministra e, por tabela, a todas as mulheres. Já ontem, a Polícia Federal fez uma operação, por determinação do STF, na casa de Jefferson que, em seu Instagram, disse que recebeu os agentes a tiros. Dois teriam ficado feridos por estilhaços. Cada dia é mais preocupante essa reta final da campanha tanto de parte das decisões de STF e TSE quanto da radicalidade e da violência, como praticou o presidente do PTB. Ao ir para rede social narrar o episódio, exibir imagens e dizer que não se entregaria, Jefferson só estimula e propaga a violência. Que tempos!

Os polêmicos direito de resposta

Após ter concedido direito de resposta a Lula em várias inserções da propaganda de Bolsonaro, o TSE suspendeu a decisão, entretanto, no sábado, por unanimidade, restabeleceu parte dela. A propaganda alvo da discussão judicial abordava a votação do petista em presídios. A conclusão, segundo o tribunal, “extrai o entendimento” que a candidatura “teria predileção dos bandidos.” Pela decisão, o direito de resposta terá de ser veiculado 116 vezes, no mesmo bloco e horário e na mesma emissora exibidora do conteúdo. Como isso, Bolsonaro perde 24 inserções de 30 segundos cada.

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